domingo, 25 de março de 2012

Mudar ou não mudar? Eis a questão!



Esses dias li uma frase de Freud que me chamou atenção, pois é um assunto recorrente no consultório e gostaria de compartilhar as minhas reflexões sobre ela. A frase é: “Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda”.
O autor nos coloca que para que possamos mudar, a nossa dor e o nosso sofrimento precisa ser maior, mais intenso do que o medo da mudança. Geralmente, o que ocorre conosco é justamente o contrário, ou seja, o medo da mudança, do novo, é sempre mais paralisante do que qualquer outra coisa.
Esse “não estar vivendo” está relacionado ao sentimento de que muitas pessoas têm nos dias de hoje: não se sentir satisfeito com seu emprego, com seu casamento, com seus papéis na família e na sociedade, com sua vida de uma forma geral. A pessoa está vivendo um dia após o outro, sem expectativas, esperanças ou objetivos. Ela até possui sonhos, ideias, desejos de ter uma vida diferente (seja no profissional, seja no pessoal, ou nos dois), sente incômodo e desconforto por isso, sofre e chora por isso, mas não modifica sua situação.
A pessoa está no que chamamos de “zona de conforto”. O que ela vive, o que ela tem, é o conhecido, sabe o que é e como lidar com isso. Sair disto é angustiante, amedrontador, desconfortável, porque não sabe o que vai encontrar, como vai ser, se vai ter condições de lidar com o novo ou não.
Outra reflexão que se pode fazer é com relação aos objetivos. Como foi dito antes, a pessoa que está na “zona de conforto” muitas vezes não tem objetivos pessoais, profissionais, de vida. Não sabe se quer casar, namorar ou continuar “ficando”, não sabe qual profissão seguir, se continua casada ou se separa, se continua a morar com os pais ou vai morar sozinha. A pessoa até pode pensar nesses objetivos, mas parece que não lhe são claros o suficiente para lutar por eles. 
No momento em que a pessoa tem a consciência e a convicção do que quer para si, dos seus objetivos e do caminho que quer trilhar, a “zona de conforto” definitivamente lhe será enormemente desconfortável, a ponto de ser dolorida o suficiente para romper com o assustador medo da mudança.
Por Vanessa Marzullo 

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